não estamos no canadá

Está um barulho insuportável nesta casa. Insuportável. Dói-me a cabeça, estou cheia de trabalho e tenho cinco italianas bêbedas na minha sala, a fazer brindes de tequilla como se o mundo acabasse esta noite. Podia manda-las calar, podia pedir-lhes que fossem fazer festa para outro lugar, mas não. Quero-as aqui. O meu Erasmus deixa de fazer sentido se tiver que estar sempre a trabalhar (o que acontece há três semanas). Hoje o R teve o seu primeiro dia de aulas, ontem ao jantar tivemos uma conversa. Avisei-o que a maioria dos catalães não são boa gente para os erasmus, não gostam de nós e tratam-nos mal. Tinha razão, há hora de jantar quando cheguei completamente exausta perguntei-lhe como tinha sido o primeiro dia. Olhou-me triste e disse: Hoje começou o projecto, todos foram ver o sitio onde se vai construir o edifício e excluíram os erasmus...! Eu só lhe encolhi os ombros e disse: habitua-te querido. Neste preciso momento veio-me gritar (porque esta sala parece o razz com mais fumo e mais tequilla que o próprio razz) quando é que eu podia ficar bêbeda com eles. Eu ri-me e disse que na quarta-feira. Poder não posso, mas desculpem-me lá, ESTOU DE ERASMUS. Acabei de ter uma conversa com a B que é uma querida. Entretanto e por causa da festa, já apareceu o senhorio e a policia. Eu só estou a trabalhar. Enfim, ando mesmo cansada. E detesto cada vez mais a escola, o que me faz levantar (para além de cultura visual) são as minhas erasmus mexicanas! E o meu erasmus é espectacular pelo meu piso, pelos meus amigos. Não aprendi nada até agora e isso deixa-me tão frustrada! Enfim, dormir agora. besos